29 de abril de 2015

PREVENÇÃO DE LESÕES NA PRÁTICA DESPORTIVA

As investigações sobre lesões nos desportos, principalmente no atletismo, encontram muita dificuldade, devido a aspectos como critérios de catalogação do conceito de lesão, a descrição da sua incidência, inclusão e descrição dos agravos nos protocolos de estudo, bem como a diversidade dos grupos de desportistas em cada modalidade.



Vêem-se muitas pessoas a praticarem muitos exercícios sem o mínimo de cuidado na realização das mesmas. Execução de forma incorrecta, ignorar um aquecimento prévio e um alongamento, exagero na quantidade, falta de orientação individualizada dos profissionais e, muitas vezes, até própria falta de conhecimento, são alguns dos factores que causam tantas lesões e problemas aos praticantes.

Podem-se dividir as lesões musculares em dois grupos. As lesões traumáticas devidas a causas externas, resultando um ferimento do tipo contusão, ou as lesões internas, nas quais o agente traumático é a própria força muscular, ocorrendo por contracção exagerada ou descoordenada. Estas últimas podem ser classificadas de acordo com a sua gravidade, indo desde leves distensões até os estiramentos que podem, inclusive, promover a ruptura total do músculo comprometido.

Somando a isso, num estudo realizado, analisou-se o mecanismo básico pelos quais o atleta pode sofrer lesão, mecanismos esses que são mostrados abaixo (Tabela 1):


A forma de como acontece as lesões através desses mecanismos, são melhor compreendidas em abaixo:


Contacto: a origem deste tipo de lesão é o contacto traumático. São exemplos tanto o choque de um atleta com o outro como do atleta com alguma superfície como a baliza, o solo, a tabela de basquetebol, etc.


Sobrecarga dinâmica: descreve aquela lesão resultante de uma deformação causada por tensão súbita e intolerável. A ruptura aguda de um tendão ou um estiramento muscular é frequentemente resultado de uma sobrecarga dinâmica.



Excesso de uso ou sobrecarga: resultado de um somatório de tensões ou pressões repetidas e não resolvidas num determinado tecido. Frequentemente esses mecanismos são observados no contexto da aplicação de cargas cíclicas (exemplo do atletismo) ou do excesso de treino. Cerca de 30% a 50% estão ligadas ao uso excessivo.


Vulnerabilidade estrutural: pode contribuir para a fadiga e eventual insuficiência/falha do tecido, secundária à sobrecarga focal, tensão ou stress excessivo. A hiperpronação do pé durante a corrida, a frouxidão patológica da sustentação de uma articulação pelos ligamentos, o alinhamento defeituoso da extremidade inferior, são exemplos de vulnerabilidade estrutural.


Falta de flexibilidade: pode levar a desvios no contacto articular, iniciando, portanto um ciclo de degeneração articular. Um músculo encurtado, em pré-carga, fica mais vulnerável a tensão.


Desequilíbrio muscular: é um mecanismo inter-relacionado com o da falta de flexibilidade, e resulta principalmente de uma utilização muscular imprópria. Padrões abusivos repetidos de excesso de uso do músculo durante uma actividade desportiva promovem desequilíbrios musculares secundários à fadiga muscular, formação de cicatrizes, e má adaptação funcional. Um músculo fatigado fica mais vulnerável à tensão.


Crescimento rápido: é um mecanismo observado na criança ou adolescente em crescimento que pratica desporto. Enfatiza o desequilíbrio e flexibilidade muscular coincidente com as mudanças nas proporções do esqueleto durante a maturação.


Outros aspectos que vem ao encontro para o acontecimento de lesões, são fatores que MARTINES apud MANNRICH (2001), desenvolveu no estudo em que desenvolveu uma teoria que referência um decálogo das principais causas das lesões desportivas, conforme mostra a Tabela 2.



Como acabamos de ver, uma prática errada desta actividade pode trazer-nos mais malefícios do que benefícios. Portanto, para termos somente benefícios na prática da corrida, é de extrema importância à prevenção de lesões nesta actividade. (ver artigo)


Percebe-se que o corpo humano necessita de uma fase de adaptação para qualquer actividade que a pessoa deseja fazer, e mostra também que é preciso cuidados e prevenções para que esta actividade não cause malefícios, ao invés de benefícios.


Mas juntamente com uma pratica correta dessa actividade, existem outros factores que previnem o acontecimento de lesões, que no caso são as actividades de aquecimento, alongamento e actividades de volta a calma e relaxamento, bem como a utilização de calçados adequados.


Referências:
  1. SAFRAN, M. R.; MCKEAG, D. B.; CAMP, S. P. Van. Manual de Medicina Esportiva.Barueri: Manole, 2002. 
  2. MANNRICH, G. Epidemiologia das lesões ocorridas na prática diária (jogo e treino) de uma equipe de futebol profissional no período de Janeiro a Setembro de 2001.Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso de Fisioterapia) Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos da Universidade do estado de Santa Catarina. Florianópolis. 2001. 
  3. JUNIOR, R., JUNIOR, N., & SILVA, G. (2009). Prevenção de lesões e benefícios da prática de corrida. efdeportes.

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